Sinopse
Em uma época na qual as redes sociais encastelam as pessoas, fechando-as no que se chama de “bolhas” e onde discordar pode ser um pecado capital, o bar é justamente o contrário.
É ali que se abrem as portas para o inusitado, arena na qual os diferentes se encontram e aquela tal democracia parece até mais do que uma palavra esvaziada de sentido. São lugares tão afetivos que muitas vezes se tornam o nome do dono, como lembra o Mouzar em uma das crônicas que compõem este livro. “Vamos lá no fulano” se torna uma expressão mágica, senha para aquele fim de dia amargurado que vai ter a redenção per to de um balcão, em uma mesa de plástico, de alumínio ou em um engradado vazio que vira cadeira. Dali saem sonhos, revoluções que nunca vão ver a luz do dia, ideias geniais que não chegam à porta da saída... E histórias.
Muitas histórias contadas aqui que trazem persona gens de uma metrópole como São Paulo, que se acostumou a ter em seus bares seus principais pontos de encontro, trazendo retratos de momentos distintos de uma cidade que nunca parou de mudar. Na leitura de Tinha um bar no meio do caminho, certamente você vai rir, se identificar e identificar pessoas que já conheceu ou conhece, e também sentir a nostalgia ou mesmo saber de alguns lugares que já não existem fisicamente, mas que permanecem vivíssimos no imaginário de muitos. Um livro para curtir, como uma cachaça boa ou um papo com os amigos. Aproveite a leitura quase etílica sem medo da ressaca. E um brinde (com copo americano)!
Glauco Faria
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Morava em São Paulo em 1964, era ainda um molecão, não frequentava botecos. Nem tinha dinheiro pra isso. Mas sei que nessa época, antes do golpe militar, os militantes comunistas frequentavam regularmente dois bares: o Riviera, na esquina da Consolação com a Paulista, e o Ferro’s, na rua Martinho Prado. Com o golpe, a repressão baixou nesses bares, os comunistas se afastaram e eles passaram a ser frequentados por outro tipo de gente. Muitas revoluções de boteco foram discutidas nas madrugadas que — já nesse tempo “alternativo” — a gente varava lá.
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Autor
Mouzar Benedito é jornalista, nasceu em Nova Resende (MG) em 1946, o quinto entre dez filhos de um barbeiro. Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). Estudou Geografia na USP e Jornalismo na Cásper Líbero, em São Paulo.
Pela Limiar, além deste Tinha um BAR no meio do caminho publicou os seguintes títulos:
O mistério do obelisco
O sítio Tesla
Palavra de caipira
João do Rio, 45
Coleção Bill Ferrer
Trem Doido
O Tropeiro que não era Aranha nem Caranguejo
Memória Vagabunda
Palavra de
caipira
O mistério do obelisco
Trem doido
João do Rio, 45
Coleção Bill Ferrer